L.
...gravado... quinta-feira, fevereiro 20, 2014 0 vontades
A.
Assim que entrei, e ainda com a porta entreaberta, tomou-me o pescoço, as nádegas, a boca. Devorou, furiosamente, toda a carne que conseguiu abocanhar.
É sempre bom para o ego ser desejada cegamente.
...gravado... sexta-feira, agosto 09, 2013 0 vontades
J.
Estava capaz de te lamber o baton vermelho.
Mas tu ias gostar e eu ia querer mais.
E não sei se mais ainda não será pouco para nós.
...gravado... quinta-feira, agosto 01, 2013 0 vontades
P.
Uma noite ele agarrou-me pelos cabelos e pôs-me no meu lugar. Não sei bem porquê, nem ele por certo percebeu de onde veio tal impulso. Mas nunca de lá consegui sair, da força dos dedos grosseiros entre os meus cabelos.
A violência repentina ainda a sinto na pele e respondo sempre com o mesmo afagar da sua barba. Suave e macio.
Mas tudo se passa sem falar nada. Só breves instantes de doce efabulação como se também fossem verdades o que se passa do outro lado.
Para mim há verdade no que eu pressinto mas eu venho da noite onde tudo é possível, até ser posta no meu lugar sem estar à espera.
Sei que não devia, perdoa-me por isso, mas estou presa ao ritual da minha mão na tua face. E é um ritual, convenhamos ...
...gravado... terça-feira, abril 09, 2013 0 vontades
M.
Tu não sabes (doce ilusão de óptica) que quando olho para ti só penso levar-te para um beco mal iluminado e abocanhar-te o pescoço o colo as mamas a boca e a minha mão no meio das tuas pernas. A outra puxa-te bem o cabelo para que saibas quem é a fêmea que manda. E tu deixarias, submissa e abandonada.
Entregava-te assim o poder.
Toda a puta dominadora sabe que o poder pertence verdadeiramente ao escravo.
...gravado... quarta-feira, abril 03, 2013 0 vontades
A.
Quando eu for grande, quando eu for grande vou sair daqui e vou encontrar a minha mãe e ela vai fazer um colar com pedrinhas daquelas que brilham daquelas que há no mar onde ela está e com o meu colar ao pescoço nunca mais me perco no escuro. O meu colar vai matar o escuro. Quando eu for grande mato o escuro.
...gravado... quarta-feira, agosto 15, 2007 2 vontades
S.
...gravado... quinta-feira, agosto 09, 2007 1 vontades
...
Gritava por vezes:
- Teresa! - Mas Teresa não respondia. Muda no seu silêncio virginal, mas cheio de sangue a escorrer pelas duas pernas abertas, escancaradas fazendo adivinhar a sua ostra, já sem pérola, mas brilhante e húmida e morna, treme por dentro da pele, por detrás da superfície da pele. Olho para o lado, existe uma esquina onde durante anos esperou por ele. Fizesse frio ou calor, lá estava, esperando. Olhava para a multidão adivinhando o seu rosto. E sempre se desiludia, sempre! Ficou assim para sempre. Para sempre? Sempre é sempre muito tempo, e indefinido para mais… Por ventura, serão as sombras verdes que punha nos olhos? Ou as pestanas postiças mal colocadas? Não. Era apenas o seu olhar, luz vaga no quarto ao lado, ainda os recortes de pessoas que passam, e cá dentro a mão no lençol de flanela amarela. Sempre gostou da sensação da flanela junto ao seu corpo frio e magro, pode-se mesmo dizer ossudo. Existem sempre reticências num ponto final.
...gravado... terça-feira, agosto 07, 2007 2 vontades