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Gritava por vezes:
- Teresa! - Mas Teresa não respondia. Muda no seu silêncio virginal, mas cheio de sangue a escorrer pelas duas pernas abertas, escancaradas fazendo adivinhar a sua ostra, já sem pérola, mas brilhante e húmida e morna, treme por dentro da pele, por detrás da superfície da pele. Olho para o lado, existe uma esquina onde durante anos esperou por ele. Fizesse frio ou calor, lá estava, esperando. Olhava para a multidão adivinhando o seu rosto. E sempre se desiludia, sempre! Ficou assim para sempre. Para sempre? Sempre é sempre muito tempo, e indefinido para mais… Por ventura, serão as sombras verdes que punha nos olhos? Ou as pestanas postiças mal colocadas? Não. Era apenas o seu olhar, luz vaga no quarto ao lado, ainda os recortes de pessoas que passam, e cá dentro a mão no lençol de flanela amarela. Sempre gostou da sensação da flanela junto ao seu corpo frio e magro, pode-se mesmo dizer ossudo. Existem sempre reticências num ponto final.
2 comentários:
juntando-se vários pontos finais obtém-se sempre a dúvida da reticência. porque será?
Esquisitos os cadáveres...
lhe beijo marquesa.
seu sempre sub omisso
V.
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